terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Catarse

Às vezes a vida parece ser um simbólico momento, um exato momento, onde você pode ser uma rosa que acabara de desabrochar. A rosa que pode levar o próximo a sorrir e se apaixonar com apenas um olhar. Mas a mesma rosa também pode machucar e brochar e incomodar.
É como empinar um empecilho de pregressos ideológicos em um conflito de desarmonia e solidão.
É ter. É não ter.
É viver. É morrer.

Josivel Souza.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Selvagem

Lembro-me do dia em que você tentou beijar os meus cabelos claros.
O vento eólico cantava em meus ouvidos.
E o som da minha voz tinha ido passear com aquelas paisagens.
Eu não sei exatamente onde estou.
Mas pela doce voz da leve brisa que tocara em meu rosto
Sinto estar em um paraíso feito de flores com aromas perfumados que acalmam minha alma.
Meu corpo enrije-se pelo desejo de sentir a tua pele.
Meu coração grita feito um leão quando está com fome.
O timbre do seu rugido é tão auditivo, que os pássaros deixam de cantar, para ouvi-lo.
Meu coração agora está feroz.
Meu corpo finalmente cedeu ao desejo da tua carne.
Saciou nossas vontades. Devorou nossos pecados. Alimentou nossa fome.
E ainda sentimos fome...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um beijo.

Sinto o fogo arder no peito
E sinto também a chama que liberta a solidão
E mata o coração
E mata a alma

Beijo a dor

E num beijo, ela vai embora
Mas fica em mim o desprezo
E o desespero
E a saudade

E num beijo, a dor volta
E sinto em mim a felicidade
E o desejo
E a vida salva

E num beijo, a dor intensifica
E fica o vestígio da saudade
E dá saudade
E dá saudade

E num beijo, eu beijo.
Eu deixo
E imploro por um beijo

Um beijo, dois beijos, três beijos...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A realidade do mundo.

Esse mundo corrupto, cheio de miséria e solidão, me deixam na mão.
Teu corpo nú diante do meu, mostra-me uma outra visão.
Os passos que o fugitivo dá quando corre pelo medo, são os mesmos passos que alcançam a Paz e a liberdade.
Ele morre com uma dor no peito e cai em uma poça de seu próprio sangue, atingido no coração da alma e deixando uma ferida enorme aos que ficam velando o seu corpo.
Não existem homens do bem.
Não há volta. Não há liberdade de tentar.
Não há Paz.
Paz não há.

*

Josivel Souza.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Noite da malícia. Malícia da noite. Noite de malícia. Malícia de noite. Da noite, malícia. Noite. Malícia. Noite e malícia. Malícia e noite. (...)

Em outros dias, as lágrimas arderiam no pulsar do meu coração traiçoeiro.
Por muitas noites eu fiquei em desespero ao te ver passar na esquina.
Com sofreguidão, chorava junto comigo o travesseiro fiel.
Com voracidade, fui atrás da riqueza que se encontrava aqui, dentro de mim.
Mas eu fui tão cretino com o meu sentimento mórbido que eu acabei desistindo.
Fiquei malicioso demais.
Convenhamos que a minha malícia fosse apenas uma suposição. O que seria de mim, se eu realmente fosse assim?
Acendi um cigarro, na sacada do meu quarto que tinha vista para uma avenida morta.
Consegui obter apenas pensamentos transitórios, e esse texto maléfico que não tem nada haver comigo.
O tempo passou tão rápido, que o arrebol daquele dia penetrava por entre os escuros que a noite havia deixado.
A vida recomeçava para alguns e terminara para mim.
As noites que eu passo acordado podem ser de pesadelos.
Após isso, será apenas um espaço limitado de fantasias que eu crio todos os dias.
Bom, eu preciso ir. Meus olhos ardem com a claridade do sol.

P.S: Farei um café bem amargo para tirar o gosto ruim que a porra daquele cigarro deixou em mim.

*

Josivel Souza.